domingo, 13 de novembro de 2016

Locais para doação de sangue.

Angra dos Reis/RJ

Hospital Geral da Japuíba Jorge Elias Miguel | Rua Japoranga, 1.700 — Japuíba, tel.: (24) 3377-5856

Barra Mansa/RJ

Hemonucleo | Rua Pinto Ribeiro, 205 A — Centro, tel.: (24) 3322-8430

Cabo Frio/RJ

Hemocentro da Região dos Lagos Dr. Sergio de Almeida e Silva | Rua Barão do Rio Branco, 88 — Passagem, tel.: (22) 2644-5076

Campos dos Goytacazes/RJ

Hemocentro Regional | Rua Rocha Leão, 2 — Caju, tel.: (22) 2737-2500

Macaé/RJ

Serviço Municipal de Hemoterapia | Rua Dr. Bueno, 40 — Centro, tel.: (22) 2796-1756

Resende/RJ

Núcleo de Hemoterapia Municipal | Avenida Marcílio Dias, 800 — Jardim Jalisco, tel.: (24) 3381-4834/3381-2147/3354-8907

Rio de Janeiro/RJ

Hemorio | Rua Frei Caneca, 8 — Centro, tel.: (21) 2505-0750/2505-6750
Hospital Central da Polícia Militar | Rua Estácio de Sá, 20 — Estácio, tel.: (21) 2333-7632
Hospital de Aeronáutica dos Afonsos | Avenida Marechal Fontenelle, 1.628 — Campo dos Afonsos, tel.: (21) 3289-6763
Hospital do Câncer I | Praça da Cruz Vermelha, 23, 2º andar — Centro, tel.: (21) 3207-1058/3207-1580
Hospital Federal Cardoso Fontes | Avenida Menezes Cortes, 3.245 — Jacarepaguá, tel.: (21) 2425-2255
Hospital Federal de Bonsucesso | Avenida Londres, 616 — Bonsucesso, tel.: (21) 2561-3473
Hospital Federal dos Servidores do Estado | Rua Sacadura Cabral, 178 — Centro, tel.: (21) 2291-3131
Hospital Naval Marcílio Dias | Rua Cezar Zama, 185 — Lins de Vasconcelos, tel.: (21) 2599-5481/2599-5482
Hospital Universitário Clementino Fraga Filho | Rua Professor Rodolpho Paulo Rocco, 255, 3º andar — Ilha do Governador, tel.: (21) 3938-2312
Hospital Universitário Pedro Ernesto | Boulevard 28 de Setembro, 77 — Vila Isabel, tel.: (21) 2868-8000
Instituto de Biologia do Exército | Rua Francisco Manoel, 102 — Benfica, tel.: (21) 3890-2135
Instituto Nacional de Cardiologia | Rua das Laranjeiras, 374 — Laranjeiras, tel.: (21) 3037-2215/2285-3344
Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia | Avenida Brasil, 500 — Caju, tel.: (21) 2134-4587

Niterói/RJ

Hospital Universitário Antonio Pedro | Rua Marques do Paraná, 330 — Centro, tel.: (21) 2629-9063/2629-9063

Nova Friburgo/RJ

Hemocentro Regional | Rua General Osório, 324 — Centro, tel.: (22) 2523-9000

Nova Iguaçu/RJ

Hospital Geral | Av. Henrique Duque Estrada Mayer, 953 — Posse, tel.: (21) 3779-9900

Rio Bonito/RJ

Centro Municipal de Hemoterapia Dr. Edson José da Silva | Rua Marques do Paraná, 330 — Mangueirinha, tel.: (21) 2629-9063/2629-9063

São Gonçalo

Complexo Luiz Palmier | Praça Estephânia de Carvalho, s/nº — Centro, tel.: (21) 2604-6047

Teresópolis/RJ

Hemonucleo Municipal | Rua Francisco Sá, 299 — Várzea, tel.: (21) 3641-5872

Três Rios/RJ

Núcleo de Hemoterapia Thaísa Firmino Noel | Rua da Maçonaria, 320 — Centro, tel.: (24) 2251-1238

Vassouras/RJ

Hemocentro Regional | Rua Vicente Celestino, 201 — Madruga, tel.: (24) 2471-8141

Volta Redonda/RJ

Hospital São João Batista | Rua Nossa Senhora das Graças, 235 — São Geraldo, tel.: (24) 3339-4242

domingo, 1 de fevereiro de 2015

DNA - Family Finder


Então pessoal,
dando continuidade ao assunto,
realizei esse teste que é bem específico e bem interessante, sugiro a realização do mesmo.

Family Finder usa DNA autossômico (herdada da mãe e do pai, quatro avós, oito bisavós, etc) para fornecer-lhe uma repartição de suas porcentagens étnicas e conectá-lo com os familiares descendentes de qualquer das suas linhas ancestrais dentro de aproximadamente as últimas 6 gerações.

O resultado inclui;
Correspondências genéticas com intervalos de relacionamento, ferramentas visuais para mostrar o DNA e porcentagens étnicas.

Disponível para homens e mulheres.

Exemplo de porcentagem étnica;






domingo, 11 de janeiro de 2015

DNA


Forma como é realizado o teste de DNA, com o kit recebido após a compra do mesmo;

http://www.familytreedna.com



   Basicamente após um mês recebi o mesmo em casa, realizei a coleta do material e enviei pelo Correio para um laboratório em Houston, onde depois de um mês recebi os resultados, eles disponibilizam um site com todas as informações durante um período de 25 anos.

:)

Achei muito bom, existe muita informação e coisas para serem descobertas, o ruim é o preço afinal com o dólar alto fica complicado realizar esse teste, mas fica a dica, postarei mais detalhes.


Árvore Genealógica e DNA


   Tudo começou observando um programa no canal National Geographic, onde assisti um programa falando sobre estudos de DNA, um projeto realizado em conjunto com a IBM, que buscava laços e pontos de origem, na análise de vários DNAs, dessa forma era possível realizar uma grande malha de dados e informações, achei muito interessante e busquei maiores informações para montar a minha árvore familiar, estava buscando um bom site para realizar a mesma e zapiando na net encontrei o site abaixo;


   Achei muito interessante e fácil para utilizar, até mesmo com uma conta simples é possível realizar bastante coisa. Além disso descobri a possibilidade de realizar testes de DNA para ser possível uma pesquisa genealógica a partir do mesmo;


Esse site acima faz você comprar o kit do site abaixo;


Basicamente é possível você realizar a compra diretamente pelo Family Tree DNA, depende da sua escolha de qual seja o melhor caminho, eu na época comprei o kit pelo MyHeritage e de certa forma não me arrependi.

Optei inicialmente pelo teste do Cromossomo Y;

Y-DNA67











Sobre o teste Y-DNA67

Conecte-se com primos genéticos e descubra a antiga origem ancestral de sua linhagem direta paterna (seu pai, o pai de seu pai, etc) através do teste Y-DNA.

  • Elevado nível de teste Y-DNA.
  • 67-marcadores são altamente propensos a ser relacionado as últimas 6 gerações.
  • Fornece coincidências genealógicas relevantes e recentes as origens ancestrais.
  • Recomendado para confirmar uma relação de parentesco genealógico com o outro homem.
  • Fornece seu Haplogrupo.

Os resultados incluem
Correspondências genéticas, as origens ancestrais paternas, o haplogrupo paterno, o haplogrupo de migração no mapa, o haplogrupo de frequência no mapa, e certificado de resultados de teste. Nenhuma taxa de inscrição será cobrada e nós vamos continuar a atualizá-la sobre novas correspondências e outras informações a respeito de seus resultados.

Qual o nível de Y-DNA que devo testar?
O nível de Y-DNA teste que você escolhe determina o quanto estão intimamente relacionados os seus resultados. Quanto mais marcadores você testar e coincidirem, o mais estreito é o relacionamento entre você é a pessoa que você combinar.
Disponível apenas para homens.











domingo, 30 de novembro de 2014

Identificado no sangue marcador que prevê alguns tipos de câncer

MASSACHUSETTS, EUA - Pesquisadores do MIT e de Harvard descobriram no sangue um marcador facilmente detectável, “pré-maligno”, que aumenta significativamente a probabilidade de um indivíduo desenvolver leucemia, linfoma ou síndrome mielodisplásica. A descoberta, que marca o Dia Nacional de Combate ao Câncer lembrado nesta quinta-feira, foi feita de forma independente por duas equipes associadas e abre novos caminhos para a pesquisa de diagnóstico e prevenção precoces de câncer do sangue. Os resultados de ambas as equipes aparecem esta semana no “New England Journal of Medicine”.


Com duas abordagens muito diferentes, as equipes descobriram que uma porcentagem surpreendente da amostragem tinha adquirido um subconjunto das mutações somáticas que estão presentes no câncer do sangue. Estes estavam mais de dez vezes mais propensos de vir a desenvolver câncer de sangue nos anos seguintes do que aqueles nos quais não foram detectadas tais mutações.

PORTADORES DE MUTAÇÕES TÊM RISCO 5% MAIOR

O estado “pré-maligno” identificado pelos estudos se torna mais comum com a idade; é raro em pessoas com idade inferior a 40, mas aparece com frequência cada vez maior a cada década de vida que passa, principalmente em mais de 10% das pessoas com idade superior a 70. Os portadores de mutações têm um risco global de 5% de desenvolver algum tipo de câncer no sangue dentro de cinco anos. Esta fase “pré-maligna” pode ser detectada simplesmente por sequenciação de DNA do sangue.

- As pessoas muitas vezes pensam sobre a doença em preto e branco - que há o “saudável” e há a “doença”, mas na realidade a maioria das doenças se desenvolvem gradualmente ao longo de meses ou anos. Esses resultados nos dão uma janela para esses estágios iniciais do desenvolvimento de câncer de sangue - disse Steven McCarroll, autor sênior de um dos papéis e professor assistente de genética na Escola de Medicina de Harvard.

Cientistas acreditam que essas mutações identificadas pelos dois estudos se originam nas células-tronco do sangue, e conferem uma vantagem de promoção do crescimento para a célula mutante e todos os seus “clones” - células que derivam daquela célula-tronco original durante o curso normal de divisão celular. Estas células, em seguida, reproduzem em um ritmo acelerado até que elas são responsáveis por uma grande parte das células no sangue de uma pessoa. Os pesquisadores acreditam que essas primeiras mutações ficam à espreita de acompanhamento, cooperando mutações que, quando ocorrem nas mesmas células como as mutações anteriores, dirigem as células para o câncer. A maioria das mutações ocorreram em apenas três genes; DNMT3A, TET2, e ASXL1.

- O câncer é o estágio final do processo - disse Siddhartha Jaiswal, um cientista associado na Broad, do MIT e parceiro clínico do Hospital Geral de Massachusetts, que foi o primeiro autor do artigo de Benjamin Ebert, membro da Broad e também professor de Harvard. - No momento em que um câncer tornou-se clinicamente detectável ele acumulou várias mutações que se desenvolveram ao longo de muitos anos. O que estamos detectando principalmente aqui é, numa fase pré-maligna precoce em que as células tenham adquirido apenas uma mutação “iniciante”.

ESTUDOS TIVERAM ABORDAGENS DIFERENTES


As equipes convergiram para estes resultados através de abordagens muito diferentes. A equipe de Ebert tinha a hipótese de que, uma vez que o câncer de sangue aumenta com a idade, pode ser possível a detecção de mutações somáticas precoces que poderiam estar iniciando o processo da doença, e de que estas mutações também pode aumentar com a idade. Eles analisaram especificamente 160 genes conhecidos por serem recorrentemente mutado em neoplasias malignas do sangue, usando dados genéticos derivados de cerca de 17.000 amostras de sangue originalmente obtidos para estudos sobre a genética da diabetes tipo 2.

Eles descobriram que mutações somáticas nesses genes, de fato, aumentam a probabilidade de desenvolver câncer, e eles viram uma clara associação entre a idade ea frequência dessas mutações. Eles também descobriram que os homens eram ligeiramente mais propensos a ter mutações do que as mulheres, e os hispânicos eram ligeiramente menos propensos a ter mutações do que outros grupos.

A equipe de Ebert também encontrou uma associação entre a presença desse estado "pré-maligno", e o risco de mortalidade global independente do câncer. Indivíduos com essas mutações tinham um risco maior de diabetes tipo 2, doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral isquêmico também. Entretanto, outros estudos serão necessários para determinar a natureza dessas associações.

Já a equipe de McCarroll descobriu o fenômeno ao estudar uma doença diferente. Eles também estavam buscando mutações somáticas, mas estavam inicialmente interessados em determinar se tais mutações contribuíram para o risco de esquizofrenia. A equipe estudou cerca de 12.000 amostras de DNA extraídas do sangue de pacientes com esquizofrenia e distúrbio bipolar, assim como de pessoas saudáveis, pesquisando em todo o genoma de todos os genes que codificam proteínas, para padrões de mutações somáticas.

Eles descobriram que as mutações somáticas estavam concentradas em um punhado de genes; os cientistas logo perceberam que eles eram os genes do câncer. A equipe, então, usou registros médicos eletrônicos para seguir histórias médicas posteriores dos pacientes, descobrindo que os indivíduos com essas mutações tinham 13 vezes mais risco de câncer de sangue.

A equipe de McCarroll realizou uma análise de acompanhamento em amostras de tumores de dois pacientes que tinham progredido deste estado pré-maligno ao câncer. Estas análises genômicas revelaram que o câncer havia de fato desenvolvido a partir das mesmas células que tinham abrigado as mutações “iniciantes” anos antes.

- O fato de que ambas as equipes convergiram para conclusões notavelmente semelhantes, usando abordagens muito diferentes e que olharam o DNA de muito diferentes conjuntos de pacientes, nos deu muita confiança nos resultados - disse Giulio Genovese, um biólogo computacional no Broad e primeiro autor de papel de McCarroll. - Foi gratificante ter esta confirmação dos resultados de cada um.

Jaiswal estará apresentando os resultados em 9 de dezembro na Sociedade Americana de Hematologia Reunião Anual em San Francisco.

Todos os investigadores envolvidos enfatizaram que não há atualmente nenhum benefício clínico para testes para este estado pré-maligno; não existem tratamentos disponíveis atualmente para tratar esta condição em pessoas saudáveis. No entanto, eles dizem que os resultados pode abrir a porta para direções inteiramente novas para a pesquisa do câncer de sangue, em direção a detecção precoce e até mesmo a prevenção.

- Os resultados demonstram uma maneira de identificar grupos de alto risco - pessoas que estão em muito maior do que o risco médio de progressão para o câncer - o que poderia ser uma população de ensaios clínicos de futuras estratégias de prevenção - disse McCarroll. - A abundância dessas células mutadas também poderia servir como um marcador biológico - como o colesterol LDL é para a doença cardiovascular - para testar os efeitos de potenciais terapias de prevenção em ensaios clínicos.

Ebert concorda:

- Um novo foco de investigação agora será desenvolver intervenções que possam diminuir a probabilidade de que os indivíduos com essas mutações continuem a desenvolver doenças malignas evidentes, ou estratégias terapêuticas para diminuir a mortalidade por outras condições que podem ser instigadas por essas mutações - disse ele.

Os pesquisadores também dizem que os resultados mostram o quão importante é coletar e compartilhar grandes conjuntos de dados de informação genética: ambos os estudos invocados amostras de DNA coletadas para estudos completamente alheios ao câncer.

- Esses dois estudos são um grande exemplo de como as descobertas inesperadas e importantes podem ser feitas quando os cientistas criativos trabalhar juntos e com o acesso a dados genômicos e clínicos - disse o vice-diretor da Broad David Altshuler, um dos co-autores de Ebert. -Por exemplo, a equipe de Steve encontrou relações genéticas mais fortes com câncer do que eles ainda têm encontrado para o ponto final da esquizofrenia que motivou o seu estudo original. O ritmo de descoberta só pode acelerar se os pesquisadores têm a capacidade de aplicar métodos inovadores para grandes conjuntos de dados.



Fonte: Jornal O Globo

domingo, 9 de novembro de 2014

Pacientes derrubam na Justiça limite imposto pelo governo para doações de medula óssea no país


BRASÍLIA - O Ministério da Saúde vê abuso nos pedidos de exames de compatibilidade (feitos por laboratórios) e limitou o número de novos candidatos a doadores que podem se cadastrar nos bancos de medula óssea. Quem espera por uma doação vê nesse teto uma ameaça à própria vida. E a Justiça, em pelo menos duas decisões recentes, vê a razão do lado dos pacientes. Em meio a um delicado cabo de guerra, com argumentos de ambos os lados, está em jogo a sobrevivência de 1,1 mil pessoas na fila do transplante.

Gente como a servidora pública Fabiana Ikeda de Oliveira, de 37 anos, com leucemia linfoide aguda. Entre a internação por dores no corpo e o resultado dos exames, não se passaram 24 horas. Ela está no leito de um hospital privado de Brasília há um mês, inscrita no cadastro de receptores. O transplante é a única possibilidade de cura, mas na família não apareceu um doador: a mãe também teve leucemia e morreu de forma fulminante há três anos; o pai já extrapolou a idade para doar; o teste com o irmão mostrou incompatibilidade. As chances agora só existem a partir de rostos anônimos do banco de doadores.
- O transplante é minha única expectativa de vida. Se eu não conseguir, vou ter pouco tempo - diz Fabiana, mãe de Gabriel, de 14 anos, e Tarsila, de 9.
O teto estabelecido pelo Ministério da Saúde começou em 2012 - eram admitidos, então, no máximo 267,1 mil novos cadastrados anuais no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome). No ano seguinte, outra portaria estendeu o limite para 400 mil novos doadores anuais.
O Redome tem hoje 3,5 milhões de doadores cadastrados. É o terceiro maior banco do mundo, atrás dos de Alemanha e Estados Unidos. O SUS custeia tudo, diferentemente do que ocorre em outros países.
Cada exame de histocompatibilidade, condição básica para a inclusão de alguém no registro, custa R$ 375. As chances de êxito na identificação de um doador são de 64%, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), responsável pelo banco de dados. Na Alemanha, chegam a 80%.
O mais importante, na visão do governo, é ampliar a qualidade genética das doações. Por isso o teto na Bahia, estado com preponderância de negros - e, portanto, grandes chances de compatibilidade com a maioria dos brasileiros - subiu de 5.020 para 20 mil. No Rio, a quantidade se manteve a mesma: 14.040. Por vias judiciais, esses tetos passaram a ser atacados.
- As portarias não foram editadas para limitar, mas para ordenar. O Redome, até 2003, tinha 30 mil doadores cadastrados. Hoje são 3,5 milhões. O valor gasto só com os exames era superior ao que se investia no próprio transplante. Agora, uma rede de estudos genéticos avalia características genéticas por região - afirma Luis Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Inca.


AÇÕES MOVIDAS PELA OAB

Em junho, a Justiça Federal em Franca (SP) derrubou as restrições à quantidade de doadores na cidade, a partir da ação movida por uma paciente com leucemia. No mês passado, a Justiça Federal em Goiânia obrigou o Ministério da Saúde a fazer, em até 20 dias, os exames de histocompatibilidade das amostras do Hemocentro da capital goiana e de outros laboratórios onde haja material semelhante. O teto em Goiás foi considerado inconstitucional.
A ação foi movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no estado, a partir do apelo da família de uma criança de 6 anos com leucemia. Movimento similar ocorre em Pernambuco e Mato Grosso do Sul, onde as seccionais da OAB preparam ações para derrubar as restrições.
Profissionais da área, no entanto, enxergam na iniciativa uma pressão de grandes laboratórios para voltar a faturar com exames desenfreados. Não falta quem concorde com a visão do ministério e diga ser mais importante a variabilidade do que a quantidade de doadores.
Fabiana, na fila de espera, critica o teto. Mas diz confiar no registro de doadores:
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- É lógico que estou otimista. Tenho de estar sempre.
Ela já recebeu indicativos de 20 potenciais doadores com características genéticas semelhantes - Fabiana é descendente de japoneses. A família, capitaneada pelo marido, começou uma campanha nas redes sociais para ampliar as doações.
- Eu entendo que o aumento de doadores me beneficia. Eu tenho dois filhos para cuidar - afirma a servidora do Ministério do Desenvolvimento Social.
O tempo médio de espera por uma medula óssea, nos casos de transplante entre não aparentados, é de quatro meses. Mais dois meses, em média, são gastos na espera por um leito do SUS. Os problemas relacionados aos doadores, com os questionamentos judiciais aos tetos definidos pelo Ministério da Saúde, se somam a outros entraves para o transplante de medula óssea: a falta de leitos, a falta de centros especializados e a demora do Redome em dar respostas sobre doadores.
Só nove estados fazem transplantes alogênicos, aqueles em que há necessidade de doadores: São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Bahia e Goiás. Em 2013 houve apenas 669 transplantes alogênicos de medula óssea, 6,2% a mais que em 2012, quando houve 630.


BATALHA PARA OUTROS DOENTES

Somados os autólogos (com a medula do próprio paciente), o Brasil fez 1.813 transplantes de medula óssea em 2013, 3,4% a mais que em 2012. Os números são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. Para este ano, o Inca estima em 9.370 os novos casos de leucemia no país.
A batalha pela medula não é uma exclusividade dos pacientes com leucemia. O aposentado Elvis Silva Magalhães, 47, mora em Brasília e demorou 38 anos para conseguir receber a medula de um dos seus irmãos. O transplante ocorreu em 2005 e, segundo ele, resultou na cura de uma doença congênita, a anemia falciforme. A cirurgia ocorreu num centro especializado em Ribeirão Preto (SP). A capital brasileira não faz transplante alogênico.
Elvis se livrou de transfusões de sangue, úlceras e crises de dor decorrentes da doença. Agora, à frente da Associação Brasiliense de Pessoas com Doença Falciforme, o aposentado tenta convencer o Ministério da Saúde a editar uma portaria com protocolos para o transplante de medula. Ele foi o segundo a ser transplantado no país, num procedimento experimental.
- É preciso, cada vez mais, fortalecer esse banco de medula óssea e ampliar os registros - defende.


MINISTÉRIO DA SAÚDE PRETENDE RECORRER

O Ministério da Saúde pretende recorrer das decisões da Justiça que derrubam o teto de doadores da medula em Franca (SP) e em Goiás. De acordo com o coordenador do Sistema Nacional de Transplantes do ministério, Heder Murari Borba, as ações movidas na Justiça “são eivadas de boa índole”, mas não fazem sentido do ponto de vista técnico. Por isso, a recomendação técnica é de contestar as decisões judiciais.

– O banco do Brasil é o maior banco público do mundo. O da Alemanha e o dos Estados Unidos são privados. As portarias visam a qualificar os doadores. Geneticistas dizem que não adianta buscar doadores de forma aleatória – diz Borba.
O coordenador reconhece que o tempo de espera pela medula óssea é longo. O ministério vai anunciar medidas nos próximos dias para melhorar o sistema, segundo ele.
– A principal medida não é aumentar a quantidade de doadores, mas regular os leitos e ampliar o atendimento. As medidas vão contemplar essa questão dos leitos, com uma regulação a partir de Brasília.
O banco genético já existente no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) está sendo estudado para que se identifique, do ponto de vista genético, quais regiões necessitam de uma ampliação do teto de doadores. Mudanças estão previstas para 2015.
– O Brasil está interligado com outros países do mundo, tudo pago pelo SUS. Para se ter uma ideia, o segundo maior banco na América Latina é o da Argentina, com 400 mil doadores cadastrados. É preciso que se façam buscas em regiões onde há pares genéticos raros. Todos os alelos do Redome estão sendo analisados – afirma o coordenador do Ministério da Saúde. 

Fonte: 
Jornal O Globo